segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Ai o Abraão!!!!!!

Amigos margaritenhos, após uma ausência de colaboração neste blog, cá estou eu novamente a colocar os meus posts. Este fim-de-semana, para além dos aniversários do meu sobrinho (Rui Pedro) e afilhado (Miguel, filho do Paulinho), fui ver um dos filmes do momento - Munich (coisa que não fazia há mais de um ano, pois aqui em Portalegre o cinema esteve interrompido devido à construção do novo Centro das Artes do Espectáculo). Muito bom. Se puderem, desloquem-se ao cinema mais próximo e "percam" 2h30 da vossa vida. É interessante ver como em 30 anos nada, ou praticamente nada mudou naquela luta entre aqueles povos. Vale a pena conhecer um pouco melhor o que se passou naqueles jogos olímpicos e a consequência daqueles actos. Não percam! Para dar seguimento ao filme, fiz o meu artigo desta semana, precisamente sobre esta problemática israelopalestiniana. Um grande abraço a todos.
Desta vez têm o privilégio de ler o artigo antes de ser passado na rádio. Não é para todos... Aqui vai:
Choque de Civilizações

A reacção que se assistiu no mundo islâmico à publicação dos já bastante célebres “Cartoons” de Maomé, é bem demonstrativa do ódio que a maioria dos líderes islâmicos têm ao Ocidente.
Por muito que na Europa se sublinhe a necessidade de um Islão moderado, que apenas alguns extremistas denigrem com ameaças, violência e atentados terroristas, o que se tem verificado é precisamente o oposto. Ao menor motivo, os islâmicos atentam sobre o ocidente.
Esta reacção, não é de facto, contra um ataque ou uma ofensa. É contra a modernidade ocidental, aos olhos dos Europeus, que vêm bandeiras dos seus países queimadas, embaixadas saqueadas e delegações apedrejadas.
O que nos distingue do Islão é que nós temos liberdade e eles não. Vivem em permanente medo utilizando-o como arma de arremesso contra os chamados “infiéis” do ocidente.
Este incidente dos “Cartoons” veio apenas acentuar o ódio que o Islão tem do mundo ocidental e das suas regras. Vem sublinhar todas as diferenças culturais, de estilo de vida e de respeito pela liberdade dos outros.
Alguns políticos ocidentais – infelizmente a começar pelo nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros Freitas do Amaral – fingem achar que a origem do problema está nas propaladas caricaturas.
Foi lamentável que Freitas do Amaral não tenha tido uma palavra de condenação inequívoca perante aquela reacção de violência em vários países. Freitas refere apenas que todos (muçulmanos, judeus e cristãos) somos filhos de Abraão, condenando a licenciosidade ou devassidão dos autores dos “Cartoons”, lamentando o que se passou em certos países…Europeus. Freitas do Amaral não se pode esquecer que quando emite um comunicado através do seu Ministério, está a emitir uma mensagem de Portugal...
O que está efectivamente em causa é a prevalência do nosso estilo de vida, da liberdade individual e colectiva, da liberdade de expressão e da liberdade da crítica. Ninguém se pode iludir: o confronto actual não começou agora, nem na guerra do Iraque, nem nos ataques a Nova Iorque. Muito antes, já a terceira vaga democrática, iniciada com a queda do muro de Berlim, colocou o islamismo, em que Turquia parece ser excepção, em maus lençóis.
Mas segundo a Bíblia – livro de Génesis, o início destas discórdias e ódios, terão tido origem no episódio segundo o qual, Abraão e sua mulher Sara, por não poderem ter filhos, acordaram que Abraão teria um filho com uma sua escrava – Agar.
O filho que resultou dessa união chamou-se Ismael.
Mais tarde, Sara inesperadamente conseguiu conceber e deu à luz um filho que se chamou Isaac e que passou a ser o único filho entendido como tal, sendo então Agar e Ismael expulsos da casa de Abraão, sendo-lhes retirado os direitos à herança.
Ismael cresceu longe de seu Pai, desgostoso com essa separação. Estes irmãos, Isaac e Ismael, cresceram em ambientes diferentes, sendo que Ismael devido ao afastamento do Pai e criado por Agar, foi desenvolvendo alguma revolta, por ter sido preterido pelo irmão. Os descendentes de Isaac, deram origem aos povos da civilização ocidental e os de Ismael, hoje conhecidos por ismaelitas, originaram a civilização muçulmana.
Há quem defenda no meio sociológico, que o facto de os Árabes praticarem poligamia, terá tido a ver com a reacção de Ismael, que perante seu Pai Abraão, lhe terá querido dizer, que deveria ter ficado com as duas mulheres e os seus dois filhos integrados na mesma família.Não foi assim que aconteceu e hoje, talvez por isso, tenhamos ainda estes conflitos entre estas duas civilizações.
Filipe Mouzinho Serrote

1 comentário:

Acácio Farinha disse...

Já vi o filme e achei-o muito bom! Vindo do meu relizador preferido, não esperava outra coisa. Achei o filme muito intenso e com um nivel de adrenalina elevado do primeiro ao ultimo minuto, coisa que nem todos os filmes têm, uma vez que temos sempre o desenrolar da história até o ponto alto da acção e depois o fecho (feliz ou infeliz). Em "Munich" é diferente, porque achei-o sempre no pico, sempre uma acção que nos consome por dentro e que não desaparece com as pipocas, nem tão pouco com o abandono da sala!!