quarta-feira, janeiro 25, 2006

CAVACO! CAVACO! CAVACO!!!

Amigos, depois da noite eleitoral de domingo e com a frieza de análise que o tempo nos vai dando, quero compartilhar convosco algumas reflexões.
1 - Quero dizer-vos que com a eleição do Professor Doutor Cavaco Silva, sinto que Portugal está melhor representado, do que estaria com qualquer outro dos 5 candidatos da chamada "esquerda". Digo isto porque tenho uma grande admiração por Cavaco Silva, mas também porque sinto que Portugal precisa de um rumo, de uma estratégia, de alguém que traga algo mais do que uma mera representação do país. Alguém que nos possa indicar algumas saídas da crise, que possa, em conjunto com o governo e a assembleia da república, criar mais capacidade crítica na nossa população, levantar as grandes questões nacionais, enfim, que possa trazer mais alguma coisa, que não seja só ir às seychelles.
2 - Ficou esclarecida a dúvida que alguns tinham: os portugueses rejeitaram liminarmente a candidatura de Mário Soares e do Partido Socialista. Foi um erro! Erro este que contribuiu para o partido socialista ficar em 3º!!!! lugar nestas eleições presidencias, quando ficava sempre em 1º. Só o Partido Socialista é que não percebeu isto... As maiorias absolutas por vezes criam algum autismo e alguma arrogância (é verdade!!!).
3 - Outra das reflexões que quero partilhar convosco, é sobre a candidatura de Manuel Alegre. Realmente foi extraordinário o seu empenho, a sua postura, a sua insistência. Não foi fácil apresentar uma candidatura sem o apoio do seu partido, mas conseguiu e mostrou aos seus colegas de partido que estavam enganados.
4 - José Sócrates é que não gostou nada deste desfecho e pura e simplesmente decidiu cortar a palavra ao seu camarada no dia em que este ficou em 2º lugar numas eleições presidenciais... Começou a mostrar todo o seu mau feitiu.
Agora deixo-vos com o meu último artigo da Rádio Portalegre que, como é evidente, foi sobre este tema.
Um grande abraço a todos.
Um Portugal Maior!


Aníbal cavaco Silva foi eleito Presidente da República portuguesa com 50,6% dos votos.
Foi uma vitória importante para estabilidade do país, para o futuro e para o desenvolvimento sustentado e equilibrado de Portugal. Foi de facto um dia histórico para Portugal. Pela 1ª vez foi eleito um presidente da república da área social-democrata. É um sinal de maturidade da nossa democracia, que afastou por completo o psicodrama do pré 25 de Abril e todo o complexo de esquerda.
Cavaco Silva conseguiu ser eleito à 1ª volta, derrotando 5 candidatos que fragmentaram toda a área socialista.
Esta vitória à 1ª volta poderá também ser um indicador de grande insatisfação por parte da maioria dos portugueses ao verem estas políticas do governo socialista.
Mas mais importante ainda, é a mensagem de que os portugueses quiseram na presidência da república um homem com as características de Cavaco Silva, para, em conjunto com o governo e a assembleia da república, conduzirem Portugal, de novo, para os índices de desenvolvimento que resultem em menos desemprego, mais riqueza, mais eficiência do estado, mais respeito institucional e melhoramento da imagem junto das instâncias europeias, que se foi perdendo a partir de 1996.
Esta mensagem dos portugueses é bastante significativa, podendo ser interpretada de várias formas.
1. Os portugueses viram em Cavaco Silva um homem sério, competente, com experiência e credibilidade para exercer o cargo de presidente da república;
2. Beneficiaram quem quis fazer uma campanha pela positiva, falando das suas ideias, dos seus projectos, das suas perspectivas e dos seus sonhos para Portugal;
3. Quiseram um contra poder ao governo e à maioria absoluta do partido socialista;

Mas os portugueses, com esta votação, quiseram também penalizar alguns candidatos. Ora vejamos:
· Os portugueses não percebem qual a razão de fundo para existirem 2 candidatos afectos ao partido socialista;
· Não perceberam também, qual a razão da candidatura de Mário Soares, que com 81 anos já conta com 10 anos de presidente da república;
· Francisco Louçã foi penalizado nas urnas porque não conseguiu explicar a sua candidatura presidencial, ficando-se por ataques a Cavaco Silva e ao governo;
· Jerónimo de Sousa foi dos candidatos que melhor conseguiu explicar a sua candidatura, segurou o seu eleitorado comunista e com a sua simpatia alcançou uma boa votação (inclusive acima da votação do partido comunista português nas legislativas);
· A candidatura de Garcia Pereira é bastante genuína. Aparece para chamar a atenção de alguns problemas do país mais profundo, levantando algumas questões pertinentes. É talvez, das candidaturas da chamada “esquerda”, aquela que terá mais sentido tendo em conta o seu objectivo;
· Manuel Alegre conseguiu criar ao partido socialista um problema difícil nestas eleições. Disponibilizou-se para ser o candidato do partido e foi rejeitado. Candidatou-se como independente, criando um movimento de cidadania e teve, apesar da derrota, mais 6% que o candidato do partido socialista Mário Soares.
José Sócrates não gostou do resultado eleitoral e atropelou autenticamente Manuel Alegre na sua declaração, ao ter decidido começar o seu discurso poucos minutos depois do candidato presidencial ter começado a falar, violando um pacto ético das noites eleitorais, impedindo que o país ouvisse em directo todo o discurso de Manuel Alegre. Um 1º Ministro (mesmo como secretário geral do PS) que tem uma atitude destas, mostra mau perder, deselegância, falta de sentido de estado e imaturidade. Mostrou alguma falta de preparação para o cargo. O que não diriam se Pedro Santana Lopes…
Cavaco Silva, no seu discurso ao país, mostrou, mais uma vez, que era o único candidato com verdadeiro sentido de estado, dizendo que este resultado “não é a derrota de ninguém, é apenas a escolha livre dos portugueses nos próximos 5 anos.”
Encerrou-se aqui um longo período eleitoral, com 3 eleições em menos de um ano. Teremos agora cerca de 3 anos e meio sem nenhum acto eleitoral. Espero que consigamos estabilizar, e que todos, possamos construir um Portugal Maior!
Filipe Mouzinho Serrote

2 comentários:

Serrote disse...

Obrigado amiga Ana. Estive a reflectir para escrever aquilo que sentia mas a frio.
Um beijo grande deste teu amigo Filipe Serrote

Serrote disse...

Ah, é só para avisar que feitio se escreve com "o" e não com "u" como está no post. Estava a escrever entusiasmado e passou-me.
Era para ver se estavam atentos... :)
Grande abraço a todos