sexta-feira, janeiro 13, 2006

SEXO: COM AMOR OU SEM?

Caros AMIGOS:

Não querendo competir com a capacidade romântica de escrita do meu querido AMIGO Acanácio, queria ainda assim lançar na mesa um tema que gera alguma controvérsia: Sexo - só com amor(?) ou mesmo sem...
Sei que são várias as perspectivas, os pontos de vista e de análise destas duas hipóteses. Dir-me-ão os mais conservadores sexo só com amor, com quem se ama, dir-me-ão os mais vanguardistas, sexo quando apetece e se proporciona. São formas de estar e culturais diferentes que levam a esta divergência.
Contudo, e porque encontrei cientificamente uma explicação, queria partilha-la convosco. Ando a lêr Ao Encontro de Espinosa, de António Damásio (um dos mais conceituados neurocirurgiões do Mundo) e a certa altura, numa alusão ao processo de aparecimento dos sentimentos, estes determinados por conjuntos de emoções, diz o seguinte e passo a transcrever:
"Será que é possível descrever o amor romântico e as ligações afectivas nos termos biológicos que acabo de utilizar? Não vejo porque não,(...). É, por certo, possível separar a actividade sexual e as ligações afectivas. Quando se bloqueia a acitonina na fêmea antes do encontro sexual, o comportamento sexual mantém-se, mas não se estabelece nenhuma ligação afectiva com o macho. Numa palavra, sim ao sexo não à fidelidade. O bloqueio da vasopressina no macho antes do encontro sexual tem uma consequência comparável. O encontro sexual tem lugar normalmente, mas o macho, que habitualmente é fiel à fêmea, não se preocupa de todo com ela. Está bem de ver que a actividade sexual e as ligações afectivas que estou a descrever não são exactamente aquilo a que chamamos de amor romântico,..." .
Ora, para os defensores da tese vanguardista, têm aqui mais uma bela desculpa para usar nas suas escapadelas ou mesmo na defesa da poligamia: a culpa é da ausência de vasopressina (ou da acitonina caso esteja a ser lido por uma ladie)...
Um grande abraço meus ilustres AMIGOS MARGARITENHOS, e também para as pessoas que nos rodeiam e amavelmente visitam o nosso ponto de encontro.

4 comentários:

Rubio disse...

Meu amigo Almeida, parece incrivel como um post com esta qualidade ainda se encontrava virgem de comentários. Eu sempre que tenho tempo e posso lá envio o meu comentário quanto a um post tou a redigi-lo com mt cuidado.
É evidente que ambas as coisas existem, não vamos ser tão hipocritas de chegar ao ponto de acreditar que sexo só existe com amor.
Mas afirmo-o, sexo com amor tem muito mais sentido e ... é mt mt mt mais gostoso. Mas digo uma coisa caro amigo,essa explicação cientifica, elaborada pelo neurocirurgião António Damásio não deve dizer lá que as facadinhas no matromónio ficam desculpadas.
Melhor mesmo quando se ama é não dá-las.
Um enorme abraço e obrigado por este momento de grande teor cientifico.

Pedro Almeida disse...

Meu caro AMIGO Ruben:
Dou-te os merecidos cumprimentos por teres desvirgindado este post. Cheguei a pensar que a malta estava com medo de comentar ou com o rabo entalado (eheheheh). Mas tu surpreendeste-me pela simplicidade da tua análise a qual concordo. Como tu dizes, não devemos ser hipócritas! Muito bem!!! Nunca foi minha intenção que este post fosse uma desculpa para as tais facadinhas...
Mas fico curioso por saber a opinião dos nossos ilustres amigos...
Um grande abraço

Serrote disse...

Caro amigo Almeida:

Muitos parabéns pelo belo post que escreveste.
Quero dizer-te que do ponto de vista conceptual, Amor é muito mais do que sexo. Sexo é uma das inúmeras partes inesgotáveis do Amor.
Mas também existe sexo sem amor, basta vermos a sociedade em que estamos inseridos.
É evidente que António Damásio escreve muito mais do que as linhas que transcreveste, contextualiza toda essa problemática, que é, sem dúvida, muito complexa.
Mas como diz o meu amigo Ruben numa expressão usada frequentemente pelos brasileiro(as)(não percebo pq!!!), "sexo com amor tem muito mais sentido e... é muito, muito, muito mais GOSTOSO"!!!

Quando estamos com a pessoa que amamos, TUDO faz mais sentido. O dia-a-dia é precioso, todos os momentos são únicos.

Mas atenção amigo Almeida: Qunado falamos de Amor e de sexo num mesmo patamar, estamos a comparar algo incomparável. Como escrevi em cima, o sexo é uma das partes do Amor.
Ao sexo, temos que juntar, Amizade, compreensão, respeito, admiração, partilha, carinho, e muitos outros sentimentos que, em conjunto, fazem esse tal de "AMOR".

Para o meu amigo Ruben:

Estou a gostar bastante das tuas palavras. Estás mesmo apaixonado... Espero que consigas aliar todos aqueles sentimentos (referidos em cima) de uma forma coerente e harmoniosa, de forma a amares com toda a sua essência!
Um grande abraço e um beijo para a Tânia!

Acácio Farinha disse...

Como não poderia deixar de ser, tenho de discordar com algumas coisas e concordar com outras. Tirando a indústria PORNO, acho que não devia haver sexo sem amor, até porque isso n é possível. Passo a explicar: para mim, vejo o amor por outra pessoa como um todo, todo esse composto por infinitas partes, uma das quais o sexo. Ora não será possível, neste visão cor-de-rosa das coisas conceber uma parte em substituição do todo. Embora saiba que isso existe (sexo sem amor, e o inverso também), sei que uma coisa não pode completa e total sem uma das suas partes e como tal, sexo sem amor não devia existir. Ou pelo menos haver um afecto ou carinho ou bem-querer (por minimo que seja) para se passar para essa fase. Talvez assim as pessoas aproveitassem mais a vida!! Abraço