No meu aniversário, um amigo deu-me um livro de poemas. Hoje partilho convosco um que gostei imenso...
Folhas de Rosa
"Todas as prendas que me deste, um dia,
Guardei-as, meu encanto, quase a medo,
E quando a noite espreita o pôr-do-sol,
Eu vou falar com elas em segredo...
E falo-lhes d'amores e de ilusões,
Choro e rio com elas, mansamente...
Pouco a pouco o perfume de outrora
Flutua em volta delas, docemente...
Pelo copinho de cristal e prata
Bebo uma saudade estranha e vaga,
Uma saudade imensa e infinita
Que, triste, me deslumbra e m'embriaga
O espelho de prata cinzelada,
A doce oferta que eu amava tanto,
Que reflectia outrora tantos risos,
E agora reflecte apenas pranto,
E o colar de pedras preciosas,
De lágrimas e estrelas constelado,
Resumem em seus brilhos o que tenho
De vago e de feliz no meu passado...
Mas de todas as prendas, a mais rara,
Aquela que mais fala à fantasia,
São as folhas daquela rosa branca
Que a meus pés desfolhaste, aquele dia..."
Florbela Espanca
2 comentários:
Meu amigo Acanácio, gostei deste poema da Florbela... Tem uma mensagem muito interessante. Espero que o teu interior ande mais calmo, pois tu mereces toda a felicidade. Espero também rever-te este próximo fim de semana e formarmos aquela dupla terrivel, quer na acalmia, quer na doideira...
lá estaremos...badajoz é nosso...badajoz é nosso e há-de ser...
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