segunda-feira, dezembro 04, 2006

Pontapé de saída para o referendo

Foi uma das notícias da semana passada. O nosso estimado Presidente da República anunciou que o referendo sobre o aborto será no dia 11 de Fevereiro. Ainda falta algum tempo, no entanto podemos desde já começar a discutir o tema. Este parece-me um bom local para que nós e quem mais o entenda o possa fazer.
O que me levou a abrir a dicussão foi o facto de hoje chegar ao meu carro e deparar com a seguinte publicidade (quem sabe colocada pela minha entidade patronal):
"Se Portugal legalizar o Aborto mais maldição cairá sobre esta nação. O Céu e a Terra Passará mas minhas palavras não"

" Não sabeis que sois o santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?"
1 Co 3.16


"Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós é sagrado"
1 Co 3.17

Sem mais comentários....

Um abraço

13 comentários:

TiagoSalgueiro disse...

1º - É fundamental dar-se a liberdade de opção à mãe
2º - Defendo q deve ser estabelecido 1 prazo em q a mãe tenha o direito à opção(3 meses ?)
3º - Cada caso é um caso. A lei deve-se basear em questões éticas e morais, tais como: as condições económico-sociais dos progenitores; a situação matrimonial existente ou inexistente; Casos de doença/deficiência do feto e/ou da mãe; casos de violação; ...!
Enfim, é um assunto muito sensível e complexo para a humanidade, onde tem de existir uma lei muito rigorosa assente em fundamentos éticos e humanos, onde, na minha opinião, e apenas para os casos "especiais" ( alguns deles por mim acima referidos ), deve ser posto em 1º lugar a mãe / os progenitores, e não o feto!
Se uma mãe faz um aborto atempadamente por razões éticas válidas, não se está a perder uma vida! Ou para vocês já é uma vida, com o direito a viver?
Abraço e ... até já!

Acácio Farinha disse...

Eu só queria saber quantas acções é que o Tiago tem da tmn para por sempre até já no fim dos comments...

Acácio Farinha disse...

Eu acho que o tema é muito delicado e consigo entender as duas partes. Como tal, não sou nem a favor nem contra. Não consigo pender para um dos lados, até porque, penso que isto não se trata de dois lados opostos...penso que ambos os "lados" querem a mesma coisa, ou seja, proteger. Uns a mãe/pais e outros a criança/feto. No entanto a grande questão está na vida. Se o feto existe, é vida. Mas penso que em última análise, a mãe ouos pais dependendo do caso, deverão ter opção de escolha. Ou seja, terei de votar em branco uma vez que a minha opinião não é clara! Já agora lanço outra questão. Temos de votar no mesmo referendo de tantos em tantos anos? Já não se fez este referendo? Não foi chumbado? Mas andamos outra vez (neste espaço de tempo) a mexer nisto outra vez? E o referndo da regionalização é para quando? E se este chumbar outra vez? Será que vamos desistir de mudar uma lei que não se gosta mas que a maioria do país (Católico e Cristão) faz questão de manter?

Cruz disse...

Caro camarada Acácio, correndo o risco de até poder estar a dizer uma asneira,segundo sei o outro referendo apesar de ter sido ganho pelo não, não foi considerado vinculativo pois não teve 50% de votantes. Mas julgo que os camaradas mais ligados à política saberão esclarecer esse assunto melhor do que eu...

um abraço

Acácio Farinha disse...

Pois cruz, se calhar, ja nem me lembro bem...andavamos que, no secundário? Ou no inicio da universidade? Ja nem me lembro...de qualquer forma obrigado pela correcção!

Pedro Almeida disse...

A Constituição da República refere que o referendo "só tem efeito vinculativo quando o número de votantes for superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento", norma prevista igualmente na Lei do Referendo. Contudo, na minha opinião votem menos ou mais de 50% deve-se respeitar o resultado. Embora, se um qualquer partido quiser, pode fazer aprovar a lei em assembleia da república, bastando para isso ter maioria na votação da proposta... questão que o PS já colocou fora de hipótese...

Sobre este tema irei fazer em breve um post manifestando a minha opinião.

Só de referir, caro Acanácio, que nunca fui muito á bola com os cinzentos, os sem opinião. Se em eleições de pessoas, aceito o voto em branco (nenhum te inspira confiança!!), em termos de referendo devemos ter a nossa opinião: ou sim ou não (esteja ela mais, ou menos fundamentada)

Aqui fica, o meu primeiro registo

Acácio Farinha disse...

Tenho que discordar caro amigo Almeida, até porque, acho que ambas as posições têm coisas a favor e contra e nesse equlibrio, penso que a balança, segundo os meus valores fica equlibrda, ou seja, n sou capaz de tomar uma decisão consciente, isto é, que dentro dos meus valores seja acertada, uma vez que acho que é um tema complexo e delicado...para além de não estar ainda muito informado!

Pedro Almeida disse...

Canácio: Penso, como pessoa inteligente que sei que és, que se te informares, saberás pender para um lado da balança. Lê artigos científicos sobre a matéria (afinal o que é e quando começa a vida humana? o zigoto é vida humana??), e artigos de indole moral... onde te sentires melhor estará a tua decisão...
Agora recuso que um gajo inteligente como tu vote em branco...

Acácio Farinha disse...

Nunca se poderá tomar uma decisão totalmente correcta. Não se conhecem os factos todos. Para começar, o feto não fala, logo, não dá a sua opinião. Depois, não podendo falar, tem de ser os responsáveis que falam por ele. Então, parece fácil, mas não é. Os pais tomam uma decisão por algo que nem sabem bem o que é, ou sequer se este concorda com a sua decisão. O Zigoto não tem opinião, tudo bem, mas esta vivo! Almeida, desculpa, mas para além de não ser uma decisão fácil, nunca se conhecem todos os factos!

Pedro Almeida disse...

Discordo: os factos, esses, estão todos conhecidos. Resta a cada um dar mais ou menos importância relativamente a cada um deles e daí resultar a sua opinião final...
Estou a gostar desta nossa tertúlia, espero que os restantes membros e visitantes tb se manifestem
Abraço

Acácio Farinha disse...

Dentro dos valores de cada um, a decisão é tomada. Tendo em conta a globalidade das situações (porque cada caso é um caso) e olhando para a situação de uma forma global ("porque a verdade é o todo"), pode haver uma "não decisão" ou seja, um voto em branco!

Rubio disse...

Amigo Acácio e Almeida, quero desde já congratular-vos por esta troca de opiniões, li atentamente e gostei da forma como ambos se defenderam.
Como voçês devem saber considero-me uma pessoa bastante pratica e tal como o Almeida diz ou há um SIM ou um NÃO, no que respeita às opiniões, forma de pensar de cada um e à sua consciencia penso que não existe NIM.
Caro Acácio, pelo que li não compreendo o teu NIM. Eu compreendo o lado do não mas se também compreendo o lado do sim então eu serei sempre pelo sim e deixarei que a consciência de cada um decida. Penso que ao votar em branco não estou a ter voz numa materia que por infortunios da vida até me poderá vir a interessar de futuro (esperemos que não). A questão da vida, do zigoto, dos timings de fazer um aborto são importantes mas aí nunca conseguiremos encontrar consensos.
Um abraço a todos e...fiquem bem

Serrote disse...

Caros amigos, só agora consegui ter um tempinho para aparecer pelo nosso blog e deparei-me logo com um tema tão importante na nossa sociedade. É claro que é um tema controverso, porque tem a vida (ou a morte!) no centro da discussão e como tal é uma temática complexa. Contudo, apesar de ser comlexa, não deixa de ser também bem objectiva.

O problema da nossa sociedade passa essencialmente pela falta de pessoas activas, por uma taxa de natalidade baixa e com tendência para continuar esse declíneo.

Posto isto creio que é importante salientar alguns pontos sobre o tema. Aproveito alguma pesuisa que tenho feito sobre o assunto para perceberem a minha opinião.


ABORTO

Estamos perante uma oportunidade de vida ou de morte?

Portugal deveria preocupar-se com o envelhecimento da população:
- Promovendo os nascimentos;
- Ajudando as mães solteiras ou separadas,
- Incentivando as empresas a apoiar as mães, concedendo-lhes facilidades e criando infantários;
- Estabelecendo condições especiais para famílias numerosas;

O país precisa de crianças, é um sinal de saúde e de optimismo.

Em vez disso, discute-se a vida ou morte! Discute-se o aborto.

Promove-se uma cultura de morte:
- A eutanásia,
- O aborto,
- Os casamentos homossexuais, estéreis por razões obvias,

Com o aborto:
O que está em causa é a rejeição dos julgamentos e das condenações das mulheres que o praticam.

O que está em curso é uma desculpabilização do aborto, para não dizer a promoção do aborto.

Por mais voltas que se dêem, o aborto é uma coisa má, mesmo que realizado em clínicas preparadas para o efeito, deixa traumas para toda a vida, e por isso deve ser evitado a todo o custo.

O estado não pode facilitar o aborto, não pode passar para a sociedade a ideia de que se pode abortar à vontade, porque é fácil, mais cómodo e deixou de ser crime.

Será que o nosso país quer estar associado a uma cultura de morte? Será que as pessoas que defendem o aborto, a liberalização das drogas, a adopção por homossexuais, a eutanásia querem ficar ligadas ao lado obscuro da vida?

Não seria normal que todos se unissem pela promoção da vida, o apoio aos nascimentos, às mulheres sozinhas com filhos, pelo rejuvenescimento da sociedade, por um futuro mais optimista?

Por agora ficam lançadas estas questões para continuar a discussão.

Grande abraço a todos