quinta-feira, abril 06, 2006

HISTÓRIA MEMORÁVEL E INTERMINÁVEL IV

O Contador de Histórias está de volta!! Para o seu IV episódio, levantado de arcas poeirentas e com cheiro a bafio.
Na Diversidade da Beira Interior era fácil a criação de grupos. Ou por afinidades de cursos, ou por partilha de habitáculos, ou por outros motivos sociais e afectivos, os grupos eram uma autêntica realidade.
Já vos falei desse nobre grupo fundador da ilustre casa intitulada FRIGORÍFICO: bem se lembram de Joãozinho d'Alegrete, Ti Ago Sem Medo, Moreno d'Encarnação e do 4º elemento que não me recordando do seu nome designarei por X.
Indo morar para a White Residence, formou-se o bando das Residence Iais. Quem não se lembra de Analu Iza, Alebana, Marada, Té Jardas ou mesmo Monike Doirém. Raparigas de largo coração, bom dote, reinadias, emanavam uma energia resplandescente, fruto da sua sagacidade e velocidade com que "escorripichavam" os copos. A sua máxima era: cheio e bem calcado, não ao copo cheio!!!. Devoravam aqueles copos minúsculos, cheios de bebidas manhosas a que designavam de TIRO.
Os marmanjos do FRIGORÍFICO já levavam uns anos de avanço por terras de Covil da Lã. Aprestaram-se, por isso, e mostrando todo o seu cavalheirismo e glamour, a realizar com as principiantes, muitos dos ritos de iniciação que se praticavam em tão real academia. Desde as fabulosas viagens no CITRO XB do Joãozinho d'Alegrete, ouvindo a altos decibeis os REIS CIGANOS, passando pelas soirés desenvolvidas no Rosa Preto, Cá em Baixo ou mesmo no Barba Rô, finalizando as noitadas no já obsoleto e autopoiético sofá do FRIGORÍFICO, onde se chegavam a deitar quantidades abismais de seres bem regados. Várias foram as vezes, e num acto de cavalheirismo, que os moços do FRIGORIFICO deixaram pernoitar as Residence Iais em tão nobre mansão (umas mais que outras!!)
Entre mil e sete histórias, uma me saltou agora à memória, passada por membros destes dois ilustres grupos.
Data de 05 de Novembro do Ano do Senhor de 2000. Estava-se em pleno início de Semana do Caloiro, essa semana mítica na DBI onde tudo, mas tudo pode acontecer (haverá aqui matérias para outras histórias certamente!!!). Num Domingo invernoso, assistiu-se a mais uma Serenata de abertura da referida semana. Finda a qual todas as pessoas normais foram para as suas casas, por três motivos: era Domingo, a noite estava fraca e o frio não estimulava a saídas nocturnas.
Mas houve 6 seres, possuídos pelo Demo, que resolveram continuar a noite: Moreno d'Encarnação, o tal X, Marada, Analu Iza, Monike Doirém e Té Jardas. Dirigiram-se então ao Bar ao Centímetro, que por sinal encerraria a sua actividade naquele fatídico dia. Quando lá chegaram a loucura era maior que a esperada. E mais loucura ficou quando o porteiro, algo sonolento deu 8 cartões de consumo para as tais 6 ilustres personagens. Como devem calcular, só fizeram o consumo mínimo e conseguiram sair de lá a cantar as Bebedeiras Ambulantes. Nada avessos a recusar carga etílica, estava o estágio feito, com bebidas, brindes e as mais variadas cantilenas.
Não satisfeitos, foram acabar a noite naquele antro de desgraça que dava pelo nome de & Sem Companhia. Chegados lá, depararam com o seguinte cenário: local ás moscas, pagas uma bebes duas. Sem demoras entraram pois a promoção era apelativa para aqueles fígados insaciáveis.
Quando já ninguem conseguia estar sóbrio, eis que num brilhante momento de lucidez, Monike Doirem resolve atirar um copo à parede. A lucidez era tal que resolveu deixar ir a mão atrás. Nem nos melhores filmes se assistiria a tão brilhante cena. A mão quase se dividia em duas, todos em pânico, a contrastar com os sorrisos, naturalidade e espanto de Monike Doirem. "Tenham calma, não é nada! Não é nada!!!", dizia ela tentando acalmar seus amigos.
Depois dos curativos hospitalares, acabou-se a noite no leito da bela sala do FRIGORIFICO, precisamente no referido e famoso sofá. Disposição táctica: tudo ao molho e fé em Deus!!!
As Andorinhas, como carinhosamente lhes chamava X, e por quem nutria um sentimento de Padrinho, foram sempre bem recebidas naqueles aposentos. Crê-se, que muitas vezes, ajudaram a quebrar o gelo que por lá existia com o seu calor.
O Contador de Histórias

1 comentário:

Acácio Farinha disse...

Só tenho uma palavra para isto!Fantástico!