domingo, fevereiro 11, 2007

Resultados do Referendo!

Escrevo este post após os primeiros resultados refrentes à despenalização do aborto. Parece que o sim ganhou com 59% e o não com apenas 40%. A abstenção foi de 56%, pelo que o resultado será vinculativo. Agora que foi ouvido o povo votante português (obviamente quem não votou desresponsabilixou-se de tais decisões), irá a assembleia da republica alterar a lei? Tudo indica que sim. Se assim for, deixo esta questão: antes do referendo, tod a gente fala na mulher e na sua despenalização. Eu gostava de saber qual o lugar do pai nesta questão, e se uma mulher decidir não ter um filho, o que é que, legalmente o pai poderá fazer, se tiver opinião contraria da mulher. Será que não nos estamos a esquecer de uma certa parte da questão?

Um abraço!

6 comentários:

Rubio disse...

xrhAmigo Acácio, como sabes estou feliz com o resultado, como ouvi alguém dizer ontem na televisão, também eu sinto-me mais orgulhoso em ser Português, pois vislumbra-se a alteração de uma lei que tardava.
Gostaria também de dizer que aqwuels que votaram no NÃO, também esses podem estar felizes pois não é esta votação favorável na IVG que os vai obrigar a um dia fazer algum aborto.
Quanto à tua questão, considero-a pertinente e se leres um comentario meu ao post do Almeida, vês lá que eu foco esta matéria mesmo que muito ao de leve. É verdade que o Homem tem uma palavra a dizer, mas quer nós queiramos quer não existem duas coisas que não podemos esquecer:
1ª O aborto clandestino era uma realidade e acredita que não é esta despenalização da mulher que vai tirar poder de decisão ao homem;
2ª Quer nós homens queiramos quer não a decisão final de trazer uma criança ao mundo cabe sempre á mulher, é e será sempre ela a ter a ultima palavra.

Como ja disse por varias vezes e voçês sabem sempre fui um adepto fervoroso do SIM, mas neste momento partilho com voçês aquilo que é a minha verdadeira preocupação. A capacidade de resposta do nosso SNS para casos tão urgentes como estes vão ser? Se sim, então muito bem e penso que toda a mulher terá acesso a este serviço a custos reduzidos (não se esqueçam e é sempre bom lembrar que um IVG até às 10 semanas depende unicamente ou na maioria dos casos de quimicos e de uma ecografia). Se não, e quem quizer fazer uma IVG tiver de recorrer às clinicas privadas, que só estará siaponivel para os bolsos daqueles que até hoje sempre fizeram em segurança, então irá haver muita coisa a rever porque os abortos clandestinos e de vãos de escada irão continuar em número elevado.

Um abraço

Rubio

Serrote disse...

Caro amigo Acácio, devo elucidar-te que que, para um referendo ser vinculativo, tem que ter pelo menos 50% +1 dos votantes.

Quanto à questão dos pais (homens), é totalmente pertinente. Porque é que os homens não foram incluídos nesta pergunta? Será que só servimos para colocar a semente?

Relativamente à questão da capacidade do nosso SNS em dar resposta às IVG, penso que não será um problema. Acho que os abortos clandestinos irão continuar por inúmeras razões, bem como as idas ao estrangeiro. A saber:

1 - A Mulher tem vergonha de se expôr;
2 - Na clandestinidade serão sempre mais baratos;
3 - Em Espanha ou na Inglaterra, ninguém as conhece;

Acho que o resultado deste refrendo é um retroceso civilizaconal, mas como é evidente, respeito o voto dos poucos portugueses que decidiram votar e até acho que, nestas circunstâncias, a lei deve mudar. Assim quis o povo...
Esperemos pelos próximos temas "importantes" que obloco de esquerda irá levantar, tais como o casamento e a adopção por homossexuais, a eutanásia e o prolongamento até às 24 semanas da IVG...

Assim queira o povo...

Eu, por mim, vou continuar a bater-me pela minha sincera convicção, de que a vida é um valor inalienável e que deve, cada vez mais, ser protegido, bem como os valores morais da família e o conceito de família (Pai, Mãe e Filhos).

Eu sou assim, ainda acredito nestes valores...

Grande abraço

Filipe Mouzinho Serrote

Acácio Farinha disse...

Só para reflectir!

Conversas de alunos:

"Stor, nós agora com as miudas é sempre a abrir, agora até já se pode fazer o aborto"

"Se elas já podem fazer o aborto, então ah stor agora é que vai ser"


Vejam bem, as conversas que ouvi e reflictam sobre o impacto do que os adultos fazem sobre este tema, em...crianças!!

Um abraço a todos

Rubio disse...

Meus caros!
Em primeiro lugar devo dizer que estou muito chateado com o meu grande amigo Serrote, chamar retrocesso civilizacional à opinião de cerca de 2,2 milhões de Portugueses não fica nada bem, até parece que às urnas do dia onze e que votaram no sim so foram seres primitivos.
Quanto às razões que enumeras cá estaremos para ver mas não penso da mesma forma que tu e as razões que deste parecem-me um enorme contracenso para alguém que defendeu o NÃO.Olha que as pessoas preferem o mais barato mas também o mais seguro e o SNS a isso pode permitir. Com a despenalização e o evoluir de mentalidades acredito que se deixe de apontar o dedo, pelo menos os cerca de 60% da população votante não o fará.

Amigo Acácio, e não é isso normal em crianças que não percebem ainda este fenómeno? E mesmo que percebam não podem dizer algo que acredito seja so brincadeira? Não vamos ser tão rigorosos, tenham alguma condescendencia.

Um abraço

Rubio

Pedro Almeida disse...

Caro Ruben: concordo com a analise que fazes aos comentários do Serrote e Acácio! Deixo para mais tarde um comentário mais profundo, qiuando as febres, gripes, otites e beriberites me largarem do pé

TiagoSalgueiro disse...

Em primeiro lugar, queria dizer que fico mesmo muito fod...do, em aperceber-me que o meu país continua apático e com uma atitude passiva e sem convicções mesmo em relação a assuntos tão importantes para todos como este do referendo! Como é q é possível haver uma percentagem de abstenção tão elevada?!? E não venham com o discurso floreado do costume de que mesmo assim já foi melhor de que em 1998, como se isso fosse um indicador muito positivo!! Esta abstenção / apatia geral do país é o pior de todos os indicadores relativamente à mentalidade e à vontade de mudar para um país melhor, mais moderno, com melhor qualidade de vida, mais justo, mais humano!
Mas enfim, isto deve-se provavelmente ao descrédito em que o Nosso sistema político caíu à largos anos.
Em relação à questão do Acácio acerca do papel do pai e o seu poder de decisão no meio desta questão da IVG, eu tenho uma opinião bastante diferente da tua. Partindo do pressuposto que existe 1 casal, ou 1 dos cônjugues, que por uma determinada razão, está a "ponderar" realizar a IVG, não será que a decisão final, seja ela qual fôr, deve ser dos 2?? Não é por isso que são 1 casal?? Á partida, o que 1 julga ser o melhor, não o será para os 2?? Não vejo isto como uma questão de poder, mas de confiança, respeito e companheirismo. É claro que se a mulher fizer a IVG sem o apoio e a concordância do seu companheiro, algo não está certo na sua relação, e será quase seguramente um casal condenado à separação. Ter um filho, é algo que tem de ser desejado de igual forma pelos 2 progenitores!!!